segunda-feira, 16 de maio de 2016

Amor romântico



A ideologia do “amor romântico” à qual as mulheres dão provas de vulnerabilidade, pode ser um artificio social que as empurra para os braços dos homens – preferencialmente em aconchegos privados ou domésticos – unindo-os para o resto da vida, numa mistura de sedução, sexo, afeição, fraude e ilusão, através de uma “heterossexualidade compulsória”, institucionalizada através do casamento.
Vivências Sexuais: Modos e Diversidades * (Backup)

O casamento assenta na ideia do amor romântico. O individualismo afectivo tornou-se a influência predominante. Espera-se que os casais nutram um carinho mútuo, baseado na atracção pessoal e na compatibilidade, e que tal seja a razão por que as pessoas se casam. O amor romântico como parte do casamento tornou-se algo de “natural” no Ocidente; parece ser uma parte normal da existência humana, e não um aspecto específico da cultura moderna. Naturalmente, a realidade é diferente da ideologia. A ênfase dada à satisfação pessoal no casamento criou expectativas que, por vezes, não podem ser concretizadas, e este é um dos factores envolvidos no aumento das taxas de divórcio (Giddens).

Amar e “ter uma família”, trabalhar e “ter um emprego” constituem as preocupações principais, para não dizer exclusivas, dos nossos contemporâneos. Estes dois traços serão suficientes para caracterizar a cultura ocidental? (Dubar)

(...) faz sentido considerar-se o amor apaixonado, amour passion, como a expressão de uma conexão genérica entre o amor e a ligação sexual. O amor apaixonado é marcado por uma urgência que o coloca à parte das rotinas da vida quotidiana, com a qual, na verdade, ele tende a se conflituar. (...) amor romântico tem de ser compreendido em relação a vários conjuntos de influências que afectam as mulheres a partir do final do século XVIII. Um deles foi a criação do lar; um segundo foi a modificação nas relações entre pais e filhos; um terceiro, o que alguns chamaram de “invenção da maternidade”. No que diz respeito à situação das mulheres, todos eles estavam muito intimamente integrados.
http://www.aps.pt/vicongresso/pdfs/708.pdf
Faz parte do pensamento romântico atribuir a paixão a factores incompreensíveis, mas vários estudos apontaram para aquilo que teoricamente faz duas pessoas atraírem-se e para os factores que explicam o clique com uma pessoa e não com outra:
  • ter o mesmo background e nível de educação, ter os mesmos valores sociais ou religiosos, o mesmo nível de inteligência e de capacidade de atracção física, as duas pessoas estarem próximas geograficamente e no mesmo "timing".
    PÚBLICO
Helen Fisher explica porque é que amamos e traímos.
Refere sete aspectos que consideres pertinentes.

10 aspectos